Nossa história
A Academia Oeirense de Artes foi constituída em 2017, ano dos 300 anos de Oeiras (Piauí - Brasil).
Somos 30 (trinta) acadêmicos de diversas áreas da arte ou ciência, todos ligados a Oeiras. E mais 03 (três) acadêmicos representantes da lusofonia (Angola, Moçambique e Portugal).
Oeiras (Piauí - Brasil) através dos anos:
De 1500 a 1530, o contato dos portugueses com o Brasil pareceu limitar-se a expedições rápidas no litoral para coleta e transporte de pau-brasil e também de patrulha;
1674 - É instalada a Fazenda Cabrobó de Domingos Afonso Mafrense e Julião Serra, que inclui o futuro território de Oeiras;
1697 - É construída a Igreja de taipa e palha pelos padres Miguel Carvalho e Padre Tomé de Carvalho, jesuítas;
1711 - Morte de Domingos Afonso Mafrense, sem herdeiros, deixa seus bens a Companhia de Jesus;
1717 - Somente em 26 de dezembro foi instalada a Vila da Mocha;
1717 - Criado a capitania de São José do Piauí, em homenagem ao rei de Portugal, Dom José I;
1733 - Inauguração da Igreja de Nossa Senhora da Vitória;
1759 - Chegada do Primeiro Governador, o Coronel da Cavalaria João Pereira Caldas;
1759 - Expulsão dos 670 Jesuítas que estavam no Brasil e fechamento das escolas, era o reinado de D. José I, e do todo poderoso Ministro Conde de Oeiras (Marquês de Pombal);
1761 - (19 de junho) Elevada a categoria de cidade com o nome Mocha, mas havia dois anos que já era a capital.
1761 - (13 de novembro) Recebe o nome de Oeiras, homenagem ao ministro português Sebastião José de Carvalho Melo, o Conde de Oeiras e Marquês de Pombal;
1762 - Primeiro Censo da zona urbana: "Em torno da praça se adensa a vida urbana. Há 33 casas onde moram 114 pessoas, dentre elas um governador, dois tabeliães, um intendente, um sargento-mor, um vigário, um capitão-mor e um mercador. Ali estão 70 homens e 44 mulheres. São 45 homens livres, 01 agregado, 01 moço índio, 23 escravos - Sub Total 70 homens. E 15 mulheres livres, 26 escravas, 03 moças índias, Sub Total 44 mulheres";
1770 - Mulheres brancas, esposas, filhas eram proibidas de aprender a ler e escrever. Mulher, negra, escrava e alfabetizada: Esperança Garcia de Oeiras peticionou de próprio punho ao Presidente da Província. A carta foi encontrada nos documentos do Piauí, na Casa do Tombo em Lisboa. Em 2017 Esperança Garcia recebeu o título de Advogado da OAB - Piauí. Carta Versão léxico atualizado: "Eu sou uma escrava de V.Sª. administração de Capitão Antonio Vieira de Couto, casada. Desde que o Capitão lá foi administrar, que me tirou da Fazenda dos Algodões , onde vivia com meu marido, para ser cozinheira de sua casa, onde nela passo tão mal. A primeira é que há grandes trovoadas de pancadas em um filho nem, sendo uma criança que lhe fez extrair sangue pela boca; em mim não posso explicar que sou um colchão de pancadas, tanto que caí uma vez do sobrado abaixo, peada, por misericórdia de Deus escapei. A segunda estou eu e mais minhas parceiras por confessar a três anos. E uma criança minha e duas mais por batizar. Pelo que peço a V.Sª. pelo amor de Deus e do seu valimento, ponha aos olhos em mim, ordenando ao Procurador que mande para a fazenda onde ele me tirou para eu viver com meu marido e batizar minha filha. De V.Sª. sua escrava, Esperança Garcia".
1808 - o príncipe regente de Portugal João VI instala sua corte no Brasil;
1809 - Passos da Paixão de Bom Jesus já está no mapa da cidade de Oeiras;
(17?? ou 180?)) - sem data definida foi construída a Casa da Pólvora;
1815 a 1822: Oeiras no Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, vive o apogeu como capital da Capitania do Piauí;
1817 - Inauguração do Sobrado Nepomuceno, atual Museu de Arte Sacra;
1816 - Instalação do Relógio da torre da Igreja de Nossa Senhora da Vitória proveniente de Liverpool, Inglaterra;
1822 (06 de agosto) - Chegada do Fidalgo português João José da Cunha Fidié. Portugal já sentia que a Independência do Brasil era coisa certa, apenas uma questão de tempo, e preocupado em perder todo esse imenso território que era sua fonte de riqueza, tratou de montar um plano para ficar com a parte Norte do país unindo as Províncias do Pará, Maranhão e Piauí criando o Estado do Maranhão, que seria transformado em Colônia. Escolheu de forma estratégica ocupar o Piauí pois este se comunica por terra com o Ceará, com a Bahia e com Pernambuco, onde o movimento dos independentes era bem forte. Também o Piauí era o celeiro fornecedor de carne para essas Províncias (nome pelo qual passaram a ser chamadas as Capitanias). A coroa portuguesa precisava manter o Piauí bem guarnecido, aqui estava um valioso patrimônio do reino - as fazendas de gado confiscadas dos jesuítas na época em que o Marquês de Pombal era o todo-poderoso ministro de Portugal, além de ser uma porta de entrada fácil, por terra e por mar, das ideias separatistas para a região Norte. As primeiras medidas tomadas pela Corte portuguesa para evitar e reprimir qualquer movimento a favor da Independência nesta região do país foi enviar para o Piauí armas e munições e indicar um homem de sua inteira confiança para Governador das Armas do Piauí, um brilhante e experiente estrategista que já havia participado das lutas napoleônicas: o Major João José da Cunha Fidié, que chegou a Oeiras no dia 06 de agosto de 1822, assumindo imediatamente a sua função. (faltava um mês apenas para a Independência do Brasil realizada por Dom Pedro I).
1823 - Embora tendo vencido a batalha do Jenipapo em Campo Maior, Fidié não levou a melhor. Descansou suas tropas, levantou acampamento no dia 15 de novembro, mas receoso resolveu não marchar mais sobre Oeiras. Desviou seu caminho e seguiu para Estanhado, hoje cidade de União. Atravessou o rio Parnaíba e foi para Caxias no Maranhão. Os independentes, piauienses, cearenses e pernambucanos irmanados, foram em seu encalço e aplicaram-lhe um cerco. Fidié resistiu por três meses rendendo-se em 27 de julho de 1823. A capitulação foi assinada três dias depois, encerrando a participação do Piauí nas lutas pela Independência do Brasil. Fidié foi preso, enviado para Oeiras e recolhido como prisioneiro de guerra, por mais de dois meses, no Quartel de 1ª linha da Capital, para depois ser conduzido a cavalo rumo a Salvador, Bahia, sob forte guarda, e de lá, por mar até o Rio de Janeiro. Sem julgamento foi libertado, provavelmente por D. Pedro I, e enviado para Portugal;
1826 - Nascia, em Oeiras, o Dr. Pedro Francisco Costa Alvarenga, patrono da cadeira n° 22;
1836 - Construída a Casa do Cônego João, atual Pousada do Cônego de Oeiras;
1838 a 1841 - Balaiada revolta civil que atingiu o Maranhão, Piauí e Ceará;
1839 - Construída a Cadeia Velha (1° andar) e Casa da Câmara (2° andar). Não existe mais, era localizada onde hoje é o Passeio Leônidas Melo;
1839 - Inaugurado Jornal "O Telégrafo" primeiro periódico de Oeiras;
1840 - Dom Pedro II torna-se imperador com o golpe da maioridade;
1845 - Construído o Sobrado Major Selemérico;
1846 - Construída a Ponte Zacarias de Goes e Vasconcelos;
1850 - Chegada do novo Presidente da Província do Piauí, José Antônio Saraiva (também conselheiro do imperador), de 27 anos, imbuído na transferência da capital;
1852 - A capital do Piauí passa a Chapada do Corisco, hoje Teresina (homenagem a Imperatriz Teresa Cristina);
1856 - Morte do Barão e Visconde da Parnaíba;
1883 - Morre em Lisboa - Portugal, o oeirense Dr. Pedro Francisco da Costa Alvarenga (rico, famoso de dimensão europeia), deixando à Província do Piauí a quantia para construção de uma escola em Oeiras (A escola foi construída já na nova capital, Teresina, o Liceu Piauiense);
1886 - Nascia, em Oeiras, o pintor e escultor Benedito Amâncio de Freitas, o Burane, patrono da cadeira n° 04;
1888 - Lei Áurea, libertação dos escravos em território brasileiro;
1889 - Proclamação da República do Brasil;
1890 - Nascia, na Fazenda Canela em Oeiras, o autor Nogueita Tapety, patrono da cadeira n° 07;
1904 - Nascia, em Oeiras, o músico e escritor Possidônio Queiroz, patrono da cadeira n° 08;
1909 - Nascia, em Luanda/Angola, o autor Óscar Ribas, patrono da cadeira Angola;
1917 - Nascia, em Oeiras, a autora e pintora Alvina Gameiro, patrona da cadeira n° 15;
1922 - Nascia, na Fazenda Caiçara em Campo Grande do Piauí, o Padre Ângelo Leal, patrono da cadeira n° 21;
1924 - Nascia, em Oeiras, a pintora Zuleika Tapety, patrono da cadeira n° 24;
(1924 - 1927) - Passagem da Coluna Prestes em Oeiras. Os oeirenses Moisés e João Felizardo da Costa seguem a coluna;
1928 - Nascia, em Oeiras, o autor José Expedito Rego, patrono da cadeira n° 05;
1930 - foram realizadas as eleições para presidente da República que deram a vitória ao candidato governista, que era o governador do estado de São Paulo, Júlio Prestes. Porém, ele não tomou posse, em virtude do golpe de estado e foi exilado. Getúlio Vargas assumiu a chefia do "Governo Provisório";
1930 - Nascia, em Oeiras, o autor O. G. Rego de Carvalho, patrono da cadeira n° 02;
1932 - Revolta Constitucionalista em São Paulo (SP) - o Sargento do Exército Brasileiro Moisés Felizardo da Costa, oeirense, morre em combate na Revolta Constitucionalista, ele havia participado da Coluna Prestes (1924 a 1927). Abalado com a Revolta Constitucionalista, Santos Dumont se suicida.
1933 - Nascia, em Oeiras, o autor Geraldo Felizardo da Costa, patrono da cadeira n° 01;
1935 - Intentona Comunista;
1940 - Nascia, em Oeiras, o autor Antonio da Cunha Nunes, patrono da cadeira n° 02;
1942 - Nascia a aderecista Maria Alves do Socorro Lima, patrona da cadeira n° 09
1939 a 1945 - Segunda Guerra Mundial. O oeirense Hermínio Antonio da Silva foi combatente na Segunda Guerra Mundial na Italia contra o eixo. Em Oeiras eram inaugurados:
- a Usina Elétrica, motor movido a lenha até o início da década de 1960, quando foi substituído por motor a diesel. Inicialmente a energia era ligada das 18 às 23 ou 24 horas. Com o aumento do consumo, foi reduzido o horário para as 21 horas, com direito a 15 minutos antes soar o sinal;
- Mercado Público Municipal;
- Cine Teatro Oeiras;
- Café Oeiras;
- Associação de Comércio Indústria e Agricultura Oeirense;
- Passeio Leônidas Melo;
- Matadouro Municipal;
- Prefeitura Municipal na Praça Costa Alvarenga;
1945 - Getúlio Vargas é deposto;
1946 - Nascia o acadêmico Romão da Cunha Santos, na Fazenda Cachoeirinha, município de Oeiras;
1947 - Nascia em São Paulo (SP), o acadêmico Joca Oeiras;
1953 - Criação da Petrobras;
1954 - Suicídio de Getúlio Vargas;
1956 - Início da construção de Brasília;
1959 - Criação da SUDENE, Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste;
1960 - Inauguração de Brasília;
1962 - Nascia o acadêmico Jota Jota Sousa, em Oeiras;
1963 - Nascia, em Moçambique, o autor Eduardo Costley White, patrono da cadeira Moçambique;
1964 - Em 31 de março, à noite, o movimento militar eclodiu em Belo Horizonte e espalhou-se por todo o Brasil, praticamente sem reação. Alguns políticos e líderes críticos ao regime foram presos ou optaram pelo exílio. Era o início da ditadura militar no Brasil;
1968 - Nascia em Oeiras, o acadêmico Antonio Guedes Alcoforado;
1970 - Nascia em Teresina (PI), o acadêmico Carlos Girleno Alves e em Picos (PI) nascia a acadêmica Rita de Cássia Neiva Santos Gama;
1976 - Nascia em Oeiras, o acadêmico Lameck Valentim;
1979 - Nascia em Oeiras, os acadêmicos Flávio Guedes, Carlos Hermes Ferreira e Sânia Mary Santos;
1983 - Nascia em Santana do Cariri (CE), o acadêmico Harlon Homem de Lacerda;
1987 - Visita de Luís Carlos Prestes e Anita Leocádia Prestes (filha do Cavaleiro da Esperança com a lendária Olga Benário Prestes), quando da comemoração 60 anos da passagem da Coluna Prestes;
1990 - Nascia em Oeiras, o acadêmico Jader Damasceno;
1992 - Impeachment do Presidente Fernando Collor de Melo;
1993 - Nascia o acadêmico Wesley Nunes, em Oeiras;
1996 - Nascia em Oeiras, o acadêmico Juan Foryman;
2016 - Impeachment da Presidente Dilma Rousseff;
2017 - Criação da Academia Oeirense de Artes.
(texto by acadêmico Antonio Guedes Alcoforado)